Mal do século
domingo, outubro 31
Onde foram parar o romantismo, as flores e os chocolates, as serenatas e o intenso amor? Em que lugar se escondem os Romeus e as Julietas, os Heathcliffs e as Catherines, os Darcys e as Elizabeths? Teriam os humanos desaprendido a amar?
Superficialidade parece ser o único ingrediente necessário para se ter amor nesse maldito século. Talvez o problema seja o medo; o medo de dar-se por inteiro a outra pessoa e ter de arcar com a dor quando tudo terminar. É tão mais fácil e menos prejudicial deixar transparecer apenas um terço de você, deixar que o romance não seja mais do que um ritual de troca salivar. Mas então que significado teria? Não vejo nada mais que vazio. Estou farta de assistir filmes de amor, com todas aquelas frases feitas e momentos perfeitos, e me deparar com a realidade, repleta de garotos idiotas que fazem coisas idiotas achando que nós garotas somos também idiotas. Qual é o problema deles afinal? Esconderam a sensibilidade e não sabem mais onde achá-la?
O mais detestável de tudo isso é que, ao invés de amar por inteiro, as pessoas amam por partes. Não sei nem se amar seria a palavra certa para isso. A questão é que o corpo virou fator determinante para esse amor superficial. Realmente não importa o quanto você seja uma pessoa íntegra, não importa se você tem um bom coração. As pessoas estão cegas demais para enxergar esse tipo de coisa. Tudo o que elas podem ver é aquilo que está bem a sua frente, nada mais.
Entretanto, apesar de a maior parte das pessoas agirem assim, ainda existem as exceções. O problema é que está sendo cada vez mais difícil achá-las. Eu só fico imaginando quanto tempo levará para deixar de existirem, ou se o quadro inverterá... Eu só fico imaginando se ainda há amor verdadeiro; e, se há, quando se tornará um mito...
É o nosso mal do século.
Notas |
7 Nota(s) de geladeira