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Papo de coração furado
Amarelo amor
quarta-feira, novembro 17

Esse teu amor sufoca, prende, aperta e maltrata.
Usa, desusa, abusa e se desfaz.

   
   Num belo dia de outono estavam um menino e uma menina a brincar. As folhas amareladas caíam e cobriam a planície que já fora verde, despiam a árvore que já fora moça, tomavam lugar do que já fora vida. O vento mostrava-se forte, fazendo tímidos redemoinhos que levavam o vestido da menina. Ela não deixava-se incomodar, ainda havia pureza em sua mente. Problemas simplesmente não existiam. A menina não sabia ainda sobre a ambiguidade dos sentimentos nem sobre as feridas que não podia ver. O menino então aproximava-se. À medida que seus pés tocavam o chão, as nuvens se amontoavam e ficavam pesadas. Talvez fosse um sinal mas a menina não percebeu. Quando deu por si já havia caído aos braços do menino. Quando deixou-se vulnerável, não teve chances. Desabara sem saber a gravidade da queda. 
   Agora os dias pareciam diferentes, as horas passavam mais rápido quando a menina estava com o menino. Ela não entendia o que nascera dentro do seu peito. Simplesmente não compreendia como seu coração parecia ter vida própria: acelerava de um hora para a outra, parava, normalizava, disparava novamente. Chegou a achar que estava doente. Ajoelhou e pediu ao papai do céu que a olhasse e cuidasse. Antes não tinha medo, agora tinha medo de ter medo de ter medo. A menina queria entender por que sorria quando o menino sorria; chorava, quando ele chorava. Por que sentia como se existisse algo dentro dela maior do que seu corpo suportava.
   Pensou, pensou e pensou, que pifou. Suas teorias e análises de nada serviam. A menina então resolveu que deixaria de preocupar-se. Seus botões já estavam bagunçados e desordenados. Decidiu que da próxima vez que visse o menino, nada faria. Deixaria que todas aquelas coisas estranhas viessem a tona, então travaria uma luta com elas e as domaria. Pensou que talvez o único modo de entender aquilo que não podia enxergar, era simplesmente não entender. A menina compreendeu que às vezes o que nos resta é sentir. Sentir, e só.