Broto
terça-feira, fevereiro 22
Era noite de sexta feira. O dia fora um tanto incomum: choveu, quando deveria ter feito sol; esfriou, quando deveria ter queimado. Mas o que tornou aquela data estranha não foi apenas as disparidades climáticas, foi algo maior que isso. Tudo se mostrou tão repentinamente que por um momento a protagonista da história pensou ter errado de mundo, ter viajado sem querer entre os paralelos e não ter voltado. Simplesmente não podia ser verdade que num piscar de olhos seu coração bateu diferente, que numa fração de segundos um sentimento fixou-se em sua cabeça. Só podia ser loucura. Era isso, ela ficara maluca. Mas maluca ela não sempre fora? De qualquer modo agora, na madrugada dos grilos, ela pensava que talvez estivesse surgindo algo... Algo que sempre quis... Algo tão perigoso que ela temia até mesmo pensar que poderia ser. E pensava mesmo assim, mas pensava baixo, quase num sussurro. Poderia ser, meu Deus? Não, é cedo demais. Mas o que quer que fosse aquilo que a incomodava naquela noite escura, era bom. Era agradável e gostoso. Era talvez o início daquilo que se escreve com quatro letras, mas que é bem maior do que a maior palavra de qualquer dicionário.
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