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Papo de coração furado
Ironia intergalática
terça-feira, março 8

     Jude gostava de imaginar como seria o universo. Criava imagens de criaturas diversas, algumas até medonhas, outras, belas. Desenhava estradas tridimensionais entre planetas, fazia das estrelas postes de energia. Arquitetava prédios de todas as formas geométricas aprendidas em seus livros de matemática. Passava tanto tempo em sua varanda mirando a imensidão do céu que esquecia que seus pés estavam grudados no chão. 
   Um dia, enquanto Jude fingia acenar para um mochileiro galáctico diante de seu binóculo, uma sombra que parecia humana entrou em seu caminho, deixando-o assim bastante irritado. Quem haveria de ser essa pessoa tão inconveniente que resolvera atrapalhar seu contato espacial? Tirou o binóculo do olho e voltou sua atenção ao corpo que se portava a sua frente. Era um menino. Ruivo, olhos claros, algumas sardas, pele esverdeada... Espera, o que? 
  - Olá, chamo-me Karl. - Falou o estranho menino.
  - Sou Jude. - Continuava irritado, mas sua mãe lhe ensinara os bons modos.
  Houve silêncio. Os dois garotos se olhavam, curiosos. Havia algumas semelhanças entre eles, mas havia também diferenças. 
  - Desculpe mas... O que há com a sua pele? - Perguntou Jude, timidamente.
  - O que há com a sua pele? - Indagou Karl.
  Agora Jude estava completamente confuso. Que garoto estranho era aquele? Será que ele sofria de alguma doença? De súbito o forasteiro ajoelhou-se, tocou na grama verde do jardim e levou um pouco a sua boca. Cuspiu rapidamente, junto com uma careta. 
  - Tem gosto de poeira estrelar. - Resmungou Karl. 
  - Como assim? Poeira estrelar tem gosto de grama? - Jude agora arregalava os olhos.  
  - Então isso se chama grama? 
  - Mas é claro. Você é maluco?
  - O que é maluco?
  - É você! - Disse Jude, alterado.
  - Não, eu não sou maluco, eu sou o Karl. - Falou confuso o garoto ruivo.
  Toda aquela conversa já estava se tornando muito ridícula e a paciência de Jude esgotava-se. Resolveu que sairia dali o mais rápido possível pois ainda havia muitos planetas para observar.
  - Eu acho que é melhor você voltar para casa e se cuidar. - Disse Jude, preparando-se para partir. 
   - Mas... - Insistiu Karl. Porém, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o outro garoto já estava fechando a porta.
   Karl, o pobre menino esverdeado, ficou ainda alguns minutos olhando para a porta da varanda, esperando o menino do binóculo voltar. Não recebendo sinal, abaixou a cabeça e, num piscar de olhos, sumiu.
  No ar, junto à leve brisa que vinha do leste, um sussurro triste, quase imperceptível, soava: mas você acenou-me