<meta name='google-adsense-platform-account' content='ca-host-pub-1556223355139109'/> <meta name='google-adsense-platform-domain' content='blogspot.com'/> <!-- --><style type="text/css">@import url(https://www.blogger.com/static/v1/v-css/navbar/3334278262-classic.css); div.b-mobile {display:none;} </style> </head><body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar/6662582461255816258?origin\x3dhttp://sombrasporaqui.blogspot.com', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Papo de coração furado
Tarde
quinta-feira, setembro 8

           Uma escrivaninha rústica. Papeis amassados pelo chão. Poucos papeis ainda intactos numa pilha. Café deixado pela metade. Óculos de leitura descansando, meio jogados, descuidados. Perto da beirada, à esquerda da escrivaninha, uma máquina antiga, com alguns muitos anos a mais que seu dono, porém meticulosamente conservada. Uma poça de tinta preta, antes quase insignificante, traça um caminho estreito até o fim da mesa e pinga, e pinga, e pinga outra poça no assoalho de madeira. Do rádio soa música. Música vinda de tempos passados. Boa música. Rhythm and blues. Fotos fragmentadas. Rostos felizes. Um homem e uma mulher. Fotos rasgadas. Uma marca quase apagada de batom vermelho. No verso de uma fotografia picotada: "Para sempre, mesmo que seja breve"; caligrafia de mulher; as iniciais S.C. Janela entreaberta. Um feiche tímido de luz por entre as cortinas cor de areia. Um corpo sobre o chão. Os dedos ainda movem. Insistem com os últimos suspiros de vida. Os dedos estremessem, o homem sufoca, a respiração para. O punhal cai. O sangue jorra lentamente e pinga. Pinga. Desliza. Escurece.