Animal urbano
quinta-feira, julho 12
A sirene toca, o alarme dispara,
Late o cachorro, mia o gato.
Lá fora no asfalto, chiclete gruda no sapato
E a menina puxa o casaco da mãe.
Passam próximas as cabeças,
Os corpos quase se chocam,
Na confusão das ruas
Tudo é compacto, apertado,
Amassado, deformado.
É errado tanto caos.
Tanta sujeira, tanto atrito,
Tanto esgoto, tanto rosto.
Mas a gente finge que não,
Que não é anti-natural,
Que é até normal, viver nesse sufoco,
Mendigando, com esforço, um espaço no varal.
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